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quarta-feira, 17 de junho de 2015 às 21:50 Postado por Gustavo Jacondino 0 Comments



Aquilo que mais frustra amantes do cinema é o cenário em que se encontra as produções cinematográficas comerciais hoje em dia. Investindo pesado em continuações, reboots, sequências, adaptações de livros e quadrinhos, enfim, parece estar morrendo o hábito de conceber uma história que essencialmente fora pensada para ser um filme, um material original. Apesar de termos exemplos de bons filmes que seguem essa tendência, como é o caso de Mad Max, Star Trek,  temos também exemplos de bem sucedidos (em termos de arrecadação) filmes medíocres, como a franquia Transformers e, infelizmente, esse aparente sucesso de bilheteria, Jurassic World.

Contando com vários momentos batidos, clichês que remetem ao filme original, mas que nunca fica à sua altura, Jurassic World já peca pela falta de empatia que os seus personagens sofrem. É difícil de identificar com algum personagem ou algum conflito, pois a dramaturgia construída, ou melhor, “construída”, é praticamente imposta ao espectador. Nunca nos sentimos participantes daquilo que estamos vendo, e as coisas vão acontecendo num ritmo incerto e imaturo. A nostálgica trilha de John Williams surge no momento errado, com seus acordes grandiosos que não encontram embasamento na imagem, ouvimos o solene, mas nunca vemos algo solene.


Se os personagens são arquétipos sem vida, os dinossauros, quando aparecem no filme, nunca têm o impacto que o filme original produzia. Pois bem, o filme sequer tenta produzir algum impacto, e o uso do 3D é mais uma vez desperdiçado. Nunca nos sentimos imersos no parque temático, e uso da profundidade de campo reduzida prova, mais uma vez, que os realizadores vem concebendo as filmagens em 2D para depois o filme sofrer a conversão no formato 3D, a fim de vender seu ingresso mais caro.


A trilha sonora de Michael Giacchino, que por sinal vem trabalhando bastante, é muito pouco inspirada. O talentoso compositor, neste trabalho, não consegue rivalizar a sua composição com a de John Williams, e acaba por contribuir para a falta de originalidade do longa.


A direção de Colin Trevorrow é desajeitada, junto com a montagem e com a concepção arquetípica dos personagens contribui para uma experiência sem vida e inorgânica.


Jurassic World é um filme que não inova, não acrescenta nada à franquia, tem um enredo insípido, não procura trabalhar nenhuma ideia interessante ao longo da projeção e, por consequência, dificilmente diverte.


Direção: Colin Trevorrow


Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver, Derek Connolly, Colin Trevorrow, baseado na obra de Michael Crichton


Música : Michael Giacchino


Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Nick Robinson, Ty Simpkins, B.D. Wong, Judy Greer

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