Se "O Grande Golpe" não foi o filme que Stanley Kubrick teve grande liberdade artística, tendo que ceder um final politicamente correto em que o crime não compensa e ter uma estranha narração em off que conta exatamente aquilo que estamos vendo, em compensação esse grande diretor (o meu preferido) consegue contar a sua história como ninguém, se utilizando de enquadramentos muito bem planejados, economizando nos cortes, dando a magnitude merecida a cada diálogo (em um roteiro muito bem escrito), e entregando planos-sequência magníficos.
Um plano-sequência em destaque chama a atenção, quando Kubrick acompanha Johnny Clay (Sterling Hayden) por um corredor, revelando ser na verdade o ponto de vista de um espelho e seguindo a trajetória do personagem na busca de um parceiro para desempenhar uma dada função em seu plano. Chama a atenção o plano-sequência, que além de ser tecnicamente perfeito, condensa a cena num contínuo dentro da narrativa, sem a necessidade do uso do corte, conferindo mais realismo e fluidez ao espectador ao narrar visualmente as ações do personagem.
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