• RSS
  • Delicious
  • Digg
  • Facebook
  • Twitter
domingo, 27 de setembro de 2020 às 04:23 Postado por Gustavo Jacondino 0 Comments

"O Gigante de Ferro" é uma animação que tem uma magia inquestionável no seu clima nostálgico, remetendo à inocência da infância.

Baseado em um livro infantil de 1968 escrito por Ted Hughes, "O Gigante de Ferro" conta a história de um robô espacial (Vin Diesel) que cai na costa do Maine, Estados Unidos. Ele se alimenta de qualquer coisa de ferro, não tem memória do que veio fazer em nosso planeta e acaba criando laços de amizade com um curioso e valente menino de nove anos chamado Hogarth Hughes (Eli Marienthal).

Brad Bird situa a sua história em 1957, em meio a Guerra Fria, depois que o satélite soviético Sputnik foi lançado ao espaço. O robô acaba servindo de alegoria para esse medo da ameaça comunista que a época materializava, encorpando um clima antibélico na sua narrativa, que mescla homenagens adoráveis à Superman, King Kong, E.T., Guerra dos Mundos, Frankenstein, inclusive Bambie numa cena emocionante na floresta. Como num prato feito por um exímio chefe de cozinha (afinal estamos falando do mesmo diretor de "Ratatouille"), essas referências são os ingredientes que dão o sabor a essa narrativa, funcionando com fluidez e naturalidade.

O ritmo do longa é um dos seus grandes méritos, uma vez que o dinamismo da ação, aliado aos enquadramentos dos desenhos que estabelecem uma narrativa visual de um grande diretor, criam um senso de urgência que deixa o expectador engajado do início ao fim, e os traços de animação 2D criam imagens de puro encanto e imersão. Mesmo criando um clima de fantasia e inocência romântica, Brad Bird é sagaz em nunca esquecer a seriedade do tema que está tratando,criando contornos dramáticos que emocionam nas expressões de seus personagens, na interpretação cheia de emoção dos atores que dublam a animação em sua língua original e na mensagem madura antiguerra. E mesmo que acenda uma luz de esperança no final, isso não diminui a mensagem cheia de empatia do filme e os atos de um personagem que, sem se lembrar da própria identidade, escolhera abraçar a que mais julgou correta em nome de uma amizade sincera.

Diretor: Brad Bird

Roteiro: Tim McCanlies

Trilha Sonora: Michael Kamen

Montagem: Darren T. Holmes 

Fotografia: Steven Wilzbach

Elenco: Eli Marienthal, Jennifer Aniston, Harry Connick, Jr., Vin Diesel, Christopher McDonald, John Mahoney

0 Amantes do cultcomentario até agora.

Postar um comentário

    Total de visualizações de página