Robyn, uma jovem inglesa que ambiciona ser caçadora, vai à Irlanda com seu pai para tentar acabar com um bando de lobos, vistos como demoníacos. Quando a jovem salva uma garota nativa selvagem, sua amizade a leva a descobrir o mundo dos Wolfwalkers, que tem o seu espírito transformado em lobo enquanto dormem.
Existe um certo preconceito na nossa cultura tecnicista moderna em julgar os mitos da antiguidade como uma forma de expressão irracional, enquanto que a ciência seria o resultado de uma racionalidade superior. Pois na verdade os mitos são, sim, uma expressão de racionalidade e sofisticação simbólica ímpar das sociedades do passado.
Wolfwalkers usa o prisma dos mitos irlandeses para discutir a dicotomia entre a sociedade humana em ascensão e a destruição da natureza, sobre a demonização dos mitos populares durante a ascensão do cristianismo, sobre a relação entre liberdade e aprisionamento no tratamento com a mulher na jornada de Robyn por sua emancipação.
Com tantos temas complexos que são tratados em Wolfwalkers, mas sem perder de vista que é uma animação voltada ao público infantil, a expressividade dos personagens e as decisões tomadas dão um rumo para a trama que engaja muito o espectador no jogo de valores entre vida/morte e liberdade/aprisionamento, e é interessante pensar na sua história como uma expressão inicial do mito do lobisomem, demonizado posteriormente pela cultura cristã dominante.
Diretores: Tomm Moore, Ross Stewart
Elenco: Honor Kneafsey, Eva Whittaker, Sean Bean, Simon McBurney,Tommy Tiernan, Maria Doyle Kennedy, Jon Kenny, Nora Twomey,Oliver McGrath
Roteiro: Will Collins
Música: Bruno Coulais
Montagem: Darragh Byrne, Richie Cody, Darren T. Holmes
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