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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016 às 11:57 Postado por Gustavo Jacondino 0 Comments



Depois de dirigir a agradável surpresa que fora “Invocação do Mal”, o diretor James Wan retorna nesta continuação, “Invocação do Mal 2”, mostrando estar mais seguro como diretor e realizando, assim como no filme anterior, um longa que é movido por clichês típicos do gênero, como um rosto que surge no canto do quadro no momento em que a trilha aumenta o som, encenação de possessão demoníaca e decisões previsíveis dos personagens quando o filme se encaminha para um desfecho, além dos momentos em que emprega a computação gráfica de maneira não muito elegante, uma característica recorrente de um filme que tem orçamento gordo. Mas o que faz tudo isso funcionar ao longo do filme?

Quando James Wan mostra algo surgir no canto do quadro para gerar o susto, o diretor faz isso com um movimento de câmera panorâmico que faz parecer que o próprio expectador está virando o rosto rapidamente, ou põe seus personagens para correr enquanto faz um plano-sequência espetacular para trazer a tona urgência e tensão. Quando decide usar um plano holandês, que é inclinado em relação ao eixo da personagem, Wan não o faz por fetichismo estilístico, mas sim por apresso à narrativa que está construindo, assim com o mestre Hitchcock, que comentei no meu texto sobre “Rebecca A Mulher Inesquecível”. Nos momentos em que usa CGI, mesmo nos mais fracos, em que o efeito não é tão orgânico, Wann tem o cuidado de expor de maneira mais econômica.



O filme também conta com um elenco carismático e seguro, o prestativo e amigável Ed Warren de Patrick Wilson, a sensitiva e forte Lorraine Warren de Vera Farmiga, a mãe abalada que sofre ao longo do filme interpretada por Frances O'Connor, além da Janet Hodgson de Madison Wolfe, que tem uma interpretação que aos grandes filmes de possessão demoníaca. O resto do elenco mirim é igualmente eficiente e contribuem para passar a ideia de uma família unida e abalada. As imagens e os áudios referentes ao caso real ajudam a concluir a imersão no filme de maneira interessante e só reforçam a caracterização da época construída pelo design de produção e pelos figurinos, intensificados pela fotografia, caracterização essa que é muito bem realizada e crível, um espetáculo à parte. Além da trilha sonora intensa e funcional, a escolha e emprego das músicas de Elvis e Bee Gees são muito acertados por se tratarem dos artistas citados e por ser mais um elemento que combina com a caracterização da época, com destaque para um desfecho dos mais bacanas e românticos.



Enfim, James Wan mostra que o gênero de terror é terreno fértil para o exercício de estilo e o trabalho técnico, algo que só grandes cineastas demonstram ter e que, cumprindo essa expectativa, os clichês do gênero nunca são um problema, para quem sabe se comunicar através deles.



Direção: James Wan

Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Madison Wolfe, Frances O'Connor, Lauren Esposito, Benjamin Haigh, Patrick McAuley, Simon McBurney, Maria Doyle Kennedy, Franka Potente

Roteiro: Carey Hayes, Chad Hayes, James Wan, David Leslie Johnson

Música: Joseph Bishara

Fotografia: Don Burgess

Monytagem: Kirk M. Morri

Design de Produção: Julie Berghoff

Figurino: Kristin M. Burke

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