Com uma história relativamente simples que retrata a
ascensão de uma jovem modelo na indústria da moda, “Demônio de Neon” mostra – se
poderoso no quesito fotografia, algo que se destaca ao longo do filme e que
ajuda a contar a sua história. Todavia não deixa de ser evidente que Nicolas
Winding Refn, por mais eficiente que seja em criar sensações, impressões e
símbolos fortes ao espectador, se deixa tomar pelo preciosismo alargando o
tempo de duração do filme em cenas e sequências que se revolvem mas se estendem
mais tempo que deveriam, abrindo caminho para refletir sobre o formato de
duração em que os filmes são lançados. “Demônio de Neon” é claramente um filme
que ganharia mais se tivesse uma duração reduzida. Se ao invés de tentar
preencher os 120 minutos, se o longa tivesse 30 minutos a menos, talvez sua
narrativa se tornasse mais densa e se o ritmo fosse um pouco mais acelerado ao
final, conferindo mais impacto e enriquecendo o clímax, que já é surpreendente
e reforça o discurso sobre a natureza predatória e excludente daquele curioso e
cruel mundo que, por mais inventivo e lúdico que seja, não é muito diferente do
mundo que vivemos.
Observação: Vale
citar que o desfecho do longa, seguido por uma sequência de enceramento e
créditos que surge ao som de uma música pop cria um aspecto publicitário e de
videoclipe muito bem vindo à temática e aos símbolos construídos ao longo do
filme.
Direção: Nicolas Winding Refn
Música: Cliff Martinez
Fotografia: Natasha Braier
Roteiro: Mary Laws , Nicolas Winding Refn
Elenco: Elle Fanning , Abbey Lee , Christina Hendricks , Keanu Reeves , Jena Malone , Jamie Clayton, Alessandro Nivola
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