Mulder e Scully investigam um caso que envolve jovens que são estranhamente atacados e marcados com a frase "Ele é um deles". A investigação os leva a um grupo religioso pertencente à Igreja do Museu Vermelho.
Concluindo com uma narração em off do relatório habitual que Scully redige ao final de cada caso investigado com Mulder, este episódio escrito por Chris Carter não só acerta em clima, tom e ambientação. Aquilo que aparentemente era somente mais um caso da semana típico e aparentemente mediano se revela uma história cheia de nuances. Partindo da ideia de jovens sofrendo uma espécie de possessão e alguns sendo assassinados numa floresta com os dizeres "he is one" (ele é um deles) escrito nas costas, o teaser por si só não é dos melhores, mas mas a medida que a dupla de agentes passa a investigar o caso, conhecendo uma seita suspeita e misteriosos personagens, Chris Carter, assim como fizera acertadamente em "O Hospedeiro", passa a tecer preocupações de ordem ambiental em consonância som o clima de desconfiança do governo.Nesse sentido é sempre bom citar que Carter, por mais que entre no terreno da ficção e do sobrenatural, procura constantemente emular preocupações reais presentes no mundo e usa suas histórias como ricas metáforas. A medida que o enredo avança e Win Phelps nos envolve com sua direção que exprime tensão e suspense, as ligações com os episódios mitológicos surgem naturalmente, remetendo ao Garganta Profunda e a acontecimentos do final da primeira temporada. "Museu Vermelho", apesar de não configurar entre os mais memoráveis episódios de "Arquivo X", pois não se destaca visualmente como outros episódios dessa temporada e não conta com nenhuma sequência icônica por si só, é muito eficaz como um caso da semana e mais ainda em criar ligações com a mitologia construída até aqui, consolidando elementos importantes e recorrentes da série, como a questão do DNA alienígena, que será explorado ao longo da série e magistralmente abordado na décima temporada.
Vale citar que Chris Carter mais uma vez mostra seu gosto por construir histórias que cumprem um ciclo, pois a sequência de abertura e a ação final ocorrem no mesmo ambiente.
Direção: Win Phelps
Escrito por: Chris Carter
Muito bom o seu texto, Gustavo! É impressionante como cada vez que assistimos um episódio de AX, descobrimos algo novo! Eu por exemplo não me recordo mais os pontos em comum desse episódio com outros acontecimentos da série!! Agora fiquei curioso pra reassistir!
Uma pergunta, cheguei até o seu site pela postagem no fã clube Arquivo-X Brasil. Vc sempre escreve sobre AX ou foi só esse? Se esse foi um dos primeiros posts sobre AX, o que te levou a escrever especificamente sobre esse episódio?
Abraços e sucesso com seu blog!!
Que bom que gostou Gabriel. Arquivo X é uma série tão rica que mesmo hoje, quando revemos, encontramos muitas ideias bacanas. Na verdade escrevo sobre os episódios da série já faz algum tempo e você pode encontrar no blog pelas marcações que coloquei nesse mesmo post. Alguns eu vou arrumar o layout ainda, mas podem ser lidos. Já assisti toda a série e tenho o objetivo de escrever sobre todos os mais de duzentos episódios, fazendo um análise não tão profunda, mas nem tão superficial. Acho que a série merece ser criticada episódio por episódio e não sei quando irei terminar, mas aos poucos vou adicionando os episódios na ordem. Escrevo também sobre filmes e cinema em geral, fique à vontade para vasculhar o blog.
Abraços e obrigado pelo comentário.