• RSS
  • Delicious
  • Digg
  • Facebook
  • Twitter
sexta-feira, 11 de julho de 2025 às 16:58 Postado por CultComentário 0 Comments



Ao longo dos anos, o cinema de super-heróis tem apostado em uma paleta cada vez mais dessaturada, escura e lavada. Até mesmo os filmes da Marvel adotaram um visual desbotado, guiado por um realismo fotográfico que tenta aproximar esses personagens de um mundo que se pareça com o nosso. James Gunn já apontava para outra direção em sua trilogia "Guardiões da Galáxia", mas é em "Superman" que ele abraça de vez o lúdico sem pudor: dirige um filme solar, colorido, fantasioso e vibrante, exatamente como o espetador desgostoso do Superman sombrio de Zack Snyder ou do Homem-Aranha desbotado de Jon Watts sempre sonhou. Ao dar vazão ao encantamento dos quadrinhos, Gunn não só prepara uma nova geração para o novo universo da DC, como também faz aquele adulto que comprava gibis do Flash, do Superboy ou do próprio Superman na banca de jornal lembrar o quanto era gostosa aquela infância.

domingo, 4 de maio de 2025 às 16:40 Postado por CultComentário 0 Comments



Diante da crise de criatividade do cinema após 1999, que abraçou com afinco as continuações ("Matrix Reloaded", "Matrix Revolutions"), reboots ("As Pateras", "Rei Leão"), adaptações literárias ("Harry Potter", "Senhor dos Anéis"), filmes de super-heróis (todos os filmes da Marvel Studios) e, atualmente, soft reboots ou sequências legado (retomada de Star Wars em 2015, Star Trek em 2009 e Pânico em 2022), tudo isso em detrimento de obras originais e mais arriscadas, que atingiram o seu ápice na virada do século, "Pecadores" surge como um filme cheio do frescor criativo de um cinema livre, que tem ares de independente, mas com investimento generoso de um filme de estúdio, encontrando o equilibro perfeito entre essas duas forças.


Com atraso, porém sem falhas, compartilho a minha lista de filmes assistidos, que conta com 105 filmes que eu assisti no último ano.

sábado, 18 de janeiro de 2025 às 20:13 Postado por CultComentário 0 Comments

O filme Nosferatu (2024), de Robert Eggers, emerge como uma releitura não apenas do clássico expressionista de Murnau, mas também como uma profunda exploração da psique humana e dos males da repressão. Com uma estética soturna que permeia cada quadro, Eggers não apenas reconta a história de vampirismo e obsessão, mas a ressignifica como uma jornada de vida marcada pela culpa.

sábado, 5 de outubro de 2024 às 16:43 Postado por CultComentário 0 Comments


 A história se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa” - Karl Marx

Vivemos em uma grande farsa. Diante de uma enxurrada de fake news e negacionismos de diversos tipos (climático, histórico, político), o cinema parece, finalmente, ter reconhecido essa realidade, ainda que com atraso. M. Night Shyamalan construiu sua grande farsa no excelente "Armadilha", desconstruindo o clássico plot twist (que ocorre logo nos primeiros minutos de filme) e exagerando, de forma deliciosamente divertida, todos os clichês esperados de um filme de serial killer. "Duna - Parte 2" desconstruiu a ideia do herói salvador branco, expondo a farsa e a manipulação por trás dessa noção. Agora, é a vez de "Coringa: Delírio a Dois".


O grande charme da franquia Alien se encontra em mostrar diversas classes sociais sendo submetidas ao poder de uma grande corporação. Desde os caminhoneiros do espaço no filme original, passando por militares, monges e cientistas, todos os estratos dessa sociedade do futuro se encontram submetidos ao neoliberalismo e à necessidade de reprodução do capital - ou aos desejos megalomaníacos de um milionário. 

terça-feira, 28 de maio de 2024 às 06:37 Postado por CultComentário 0 Comments


"Mad Max" é uma franquia que reflete os anseios, percepções e visão de mundo de seu criador, George Miller. Dono de uma criatividade ímpar, de uma artesania invejável como realizador e de uma versatilidade poucas vezes vista entre diretores de cinema, Miller consegue sempre trazer, de tempos em tempos, essa franquia de volta à vida e, junto dela, projetar os sonhos e pesadelos mais profundos da humanidade (dentro e fora da ficção) que, cada vez mais, se afunda em guerras, desigualdades e em crises econômicas, sempre se vendo na necessidade de ressignificar ídolos e símbolos religiosos, num eterno retorno aos momentos de caos e intolerância, mas sempre encontrando figuras que combatem essa tendência, ao mesmo tempo que tentam sobreviver a ela. Se, ao longo de quatro filmes, essa figura foi simbolicamente encarnada por Max e seus coadjuvantes, aqui em "Furiosa: Uma Saga Mad Max", a personagem título toma esse papel para si.

    Total de visualizações de página