Ambientado na Nova York do século 19, Scorsese mostra aqui o quanto gosta de Barry Lindon (seu filme favorito do diretor Stanley Kubrick) e compõe uma narrativa que carrega o ritmo da sociedade que retrata. 

Enquanto Winona Ryder interpreta uma doce e inocente May Welland, Daniel Day-Lewis encarna um Newland Archer sufocado por uma paixão que não pode ser consumada e Ellen Olenska (Michelle Pfeiffer) é a mulher que sempre sofre pela falta de liberdade que a sociedade lhe oferece, uma estigma carregada pelo sexo feminino desde os tempos de hoje em diferentes formas.

Se anteriormente em "Taxi Driver", "Caminhos Perigosos" ou "Bons Companheiros" Scorsese sempre trazia o tema da violência em seus filmes, neste a violência é sutil, contida e se encontra na forma de moralidade e bons costumes. Mas o grande talento do diretor é saber exatamente o momento certo de terminar um filme, talento recorrente que aparece em vários de seus longas e aqui não é diferente. Às vezes, diante de um reencontro que pode ser doloroso e que pode expor as feridas já cicatrizadas pelo tempo, diante da inevitabilidade do passado, o melhor que se pode fazer é manter a ideia daquela pessoa amada intocada para sempre.

Obs: O filme se encontra disponível no catálogo da Netflix
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Jay Cocks, Martin Scorsese, baseado num romance de Edith Wharton
Elenco: Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer, Winona Ryder, Linda Faye Farkas, Michael Rees Davis, Terry Cook, Jon Garrison, Richard E. Grant, Alec McCowen, Geraldine Chaplin
Música: Elmer Bernstein
Fotografia: Michael Ballhaus
Montagem: Thelma Schoonmaker
Design de Produção: Dante Ferretti
Figurino: Gabriella Pescucci