"Inspeção Geral" aborda a situação de dois povos que reformulam o seu conceito de segurança nacional em uma época após os ataques de 11 de setembro, na figura de um árabe detido em Nova York e uma americana detida na China.
Explorando a concepção colocada nos primeiros minutos de filme através de um diálogo expositivo numa sala de aula, Lumet faz um filme voltado a entrar na discussão sobre a violação dos direitos humanos na luta contra o terrorismo. Apesar de bem colocado e com ótimos diálogos, o filme não é perfeito.
A começar pela maneira como expõe o tema, poderíamos ter uma dramaturgia mais bem amarrada e mais rica em subtextos, de maneira que o espectador poderia concluir aquilo que os letreiros iniciais estabelecem, mesmo que algumas citações à história norte-americana fossem colocadas nos diálogos, que são muito bons.
Pois se acabei de elogiar os diálogos, o fato de aparecerem duas vezes no filme torna-se um pouco cansativo. Se aqui temos pouco mais de 50 minutos de filme, poderíamos reduzi-lo à metade, escolhendo qual dupla de personagens retrata melhor o drama. Maggie Gyllenhaal é ótima atriz, mas não conta com um companheiro de atuação à altura, do mesmo modo que Glenn Close, que conta com um companheiro de cena por vezes muito bem, mas não tão crível quanto Gyllenhaal (uma vez que ambos tem os mesmos diálogos e encenam a mesma situação).
Redundante ao extremo e didático demais, Lumet faz o que pode para manter uma direção firme, mas a obviedade na maneira como o tema é tratado, além de contar com algumas fracas performances faz de “Inspeção Geral” um filme que merecia mais alguns tratamentos em seu roteiro, mais foco e melhores coadjuvantes, pois um tema dessa proporção merecia melhor filme, mesmo se tratando de um material para televisão e mesmo considerando os cortes sofridos pela sua má recepção nos EUA.
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Tom Fontana
Elenco: Austin Pendleton, Maggie Gyllenhaal, Ken Leung, Glenn Close, Bruno Lastra, Tom Guiry, Caroline Kava, Dean Winters
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