O primeiro filme das irmãs Wachowski se trata de um eficientíssimo suspense muito bem dosado de violência e sensualidade. Jennifer Tilly interpreta a mulher de um integrante da Máfia (Joe Pantoliano), que se envolve com uma ex-presidiária (Gina Gershon) e ao mesmo tempo em que fazem juras de amor armam um plano para fugir com uma grande quantia em dinheiro.
O filme consegue estabelecer um clima de suspense do início ao fim através de bem executados movimentos de câmera, câmeras altas, travellings, superando a limitação das poucas locações, uma vez que se passa a maior parte do tempo em ambientes fechados de quartos. Até mesmo soluções visuais que não contam com efeitos de computação soam elegantes, como a sequência em que uma personagem está ligando para a outra em quartos com parede lado a lado, e a câmera segue o caminho do fio do telefone até chegar ao outro quarto, usando só movimento de câmera e corte, contribuindo para essa narrativa em ambientes fechado. Mas não só a técnica se sobressai no filme, mas a sua história, escrita pela dupla, também consegue envolver, principalmente pelos rumos que um plano inicialmente brilhante vai tomando, só aumentando a tensão do filme. A sensualidade de Jennifer Tilly remete a uma femme fatalle noir e as sequências envolvendo ações da máfia e posteriores assassinatos conseguem remeter a uma brutalidade estilizada quase ao estilo de Tarantino.
Assim, "Ligadas pelo Desejo" é uma boa surpresa e uma recomendação para quem ainda não conhece e gosta das diretoras, famosas pela trilogia Matrix.
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