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quinta-feira, 22 de maio de 2014 às 21:43 Postado por Gustavo Jacondino 0 Comments


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Num futuro apocalíptico dominado por Sentinelas,  professor Xavier (Stewart) e Magneto (McKellen) resolvem usar os poderes de Kitty Pride (Page) a fim de mandar a consciência de Wolverine (Jackman) para o passado para que possa evitar a construção dessas máquinas de destruição.



Logo nos primeiros minutos nos deparamos com o cenário apocalíptico que a presença dos Sentinelas provocaram sob a Terra, e como os mutantes sobreviventes reagem a isso. Os efeitos que recriam os Sentinelas e os poderes dos mutantes são fantásticos, um complemento muito rico para um filme que se baseia essencialmente na história de seus personagens e em suas interações. Interação, inclusive, é a palavra-chave para esse filme, que possui a união do novo com o antigo elenco dos mutantes, tendo como elo Wolverine. É difícil de identificar o protagonista ou os protagonistas quando cada personagem tem o seu papel dentro do todo e contribui de fato para um objetivo final, não caindo simplesmente numa adaptação de quadrinhos que se ocupa em fazer meras menções à personagens conhecidos sem que estes exerçam alguma função de fato à narrativa.


Por falar na narrativa, o diretor Brian Singer, que tem a vantagem de conhecer muito bem os personagens responsáveis por alavancar a sua carreira no cinema, nos entrega sequências que envolvem humor, mas de maneira orgânica e sem fugir ao tom da história que está contando, ao mesmo tempo que aproveita ao máximo a dramaturgia provocada pelo roteiro e maravilhosamente executada pelo excelente elenco, que nunca perde a oportunidade de conferir cada vez mais complexidade aos personagens, mesmo que sejam mínimos os momentos em tela.


Ainda elogiando o desempenho do diretor e de sua equipe técnica, é inegável a força dramatúrgica que algumas sequências possuem, em especial ao final do longa, por serem narradas em montagem-paralela através do vaivém no tempo, dando alto peso às ações tomadas no passado, por mínimas que possam parecer, para a construção do futuro.


O conceito de viagem no tempo utilizado no filme, apesar de não ser novo, é extremamente interessante, inclusive na maneira natural como resolve os paradoxos que sempre surge em situações hipotéticas de viagem no tempo e que torna os filmes que exploram esse conceito muito fascinantes, quando conseguem resolver os paradoxos e os ciclos que surgem nas idas e vindas dos personagens através do tempo. Pois “X-Men  - Dias de um Futuro Esquecido” trata inclusive do conceito de personalidade, ligado às memórias acumuladas, e sobre o questionamento do  determinismo do futuro, encontrando solução nas escolhas tomadas a cada momento pelos indivíduos que, sim, são artífices de sua própria história.


Alternando momentos muito divertidos e engraçados, ação muito bem orquestrada (mais um mérito de Singer e da montagem) uma dramaturgia crível e forte, muito dada em função do tom certo que cada ator imprime em seu personagem (nenhum deles é maniqueísta ou caricato), um roteiro extremamente bem elaborado, enfim, esse X-Men explora caminhos nunca antes trilhados e renova ainda mais a franquia, abrindo espaço para novas possibilidades de filmes futuros, sem precisar de um  reebot, como tanto vemos hoje em dia, mas ao mesmo tempo sem soar forçado, indo por um caminho natural e criativo, que aproveita os filmes anteriores e nos faz esperar ansiosamente por mais. Pois é isso que esperamos de um genuíno Blockbuster: Uma história bem amarrada e inventiva, personagens com quem podemos nos identificar e alguma dose de esperança, esperança na vida, esperança nos bons filmes.



Observação: Vale mencionar que o 3D do filme, apesar de bom, é dispensável, pois confere só um atrativo a mais que não exerce função narrativa em nenhuma sequência específica. Digo o mesmo para o 3D de “O Espetacular Homem Aranha 2”.


Direção: Bryan Singer

Roteiro: Simon Kinberg

Elenco: Hugh Jackman, Michael Fassbender, James McAvoy, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult, Peter Dinklage, Ellen Page, Shawn Ashmore, Omar Sy, Evan Peters, Josh Helman, Halle Berry, Bingbing Fan, Patrick Stewart e Ian McKellen.

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