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domingo, 6 de abril de 2014 às 09:03 Postado por Gustavo Jacondino 0 Comments


Em uma noite chuvosa a bailarina nova-iorquina Suzy Bannion desembarca em Freiburg para se matricular numa famosa escola de balé. Na manhã seguinte Suzy é informada que pela direção da escola que a estudante que ela vira deixando a escola na noite passada fora morta violentamente e a polícia está investigando o caso. Suzy se torna amiga de Sara, uma estudante que passa a achar que a casa é na verdade um covil de bruxas.

Alguns gêneros de filme são muito propícios a gerar experiências e impressões além da sua capacidade de simplesmente contar uma história. E o gênero do terror pode nos proporcionar essas impressões. Dario Argento sabe muito bem disso, pois é exatamente o que ele fez em seu “Suspiria”.

Contando com uma trilha sonora que nos coloca pra dentro de um mundo de constantes expectativas de horror, Argento tem uma história simples para nos contar, mas nos conta com muita maestria, ao estabelecer alguns elementos que, se contados ou explicados, soariam bizarros, mas que visualmente são impactantes, como os primeiros minutos do filme, em que Susie Bannion se vê em uma série de situações atípicas e pressentimentos inexplicáveis.

Brindando-nos com cenas de maravilhoso cunho estético, uma estética apropriada ao horror, a estética da violência gráfica e da putrefação, Argento também nos oferece em sua narrativa fortes elementos que funcionam muito bem no filme, como alguns travellings pontuais, enquadramentos bem construídos, câmeras altas, criação de expectativas e ótimos sustos provenientes delas, tudo bem casado com a já citada trilha sonora inconfundível e marcante.

O diretor conta muito bem a sua história também através das cores e de algumas impressões que elas provocam, com o largo uso do vermelho (descida ao inferno), azul (frieza, impessoalidade), e até do verde (bizarro, mágico, místico, remete à seres fantásticos, como fadas e bruxas).

Na primeira grande sequência de morte que há em “Suspiria”, os elementos de simetria presentes no ambiente torna mais opressora ao expectador a série de expectativas que o diretor vai estabelecendo antes das mortes.

Contando com ótimos inserts de uma cena do início do filme, que vai estabelecendo a descoberta da personagem através do seu contato com aquele mundo, a conclusão de “Suspiria” dispensa explicações e se estabelece como uma experiência de puro cinema, de sensações e pura catarse, em que compartilhamos da experiência e da própria libertação da personagem, através de um clássico absoluto do cinema de horror.


Diretor Dario Argento


Roteiristas Dario Argento, Daria Nicolodi, baseado no livro de Thomas De Quincey


Elenco Jessica Harper, Stefania Casini, Flavio Bucci, Joan Bennett  

Música Dario Argento, Agostino Marangolo, Massimo Morante, Fabio Pignatelli,  Claudio Simonetti, Goblin


Cinematografia Luciano Tovoli

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