Haley Keller (Kaya Scodelario) e seu pai ferido Dave (Barry Pepper) ficam presos pelas águas da enchente em sua casa durante um furacão, a medida que são cercados por jacarés.
Haley é uma personagem bem resolvida e segura de si que, quando descobre o perigo do furacão e o desaparecimento do pai, resolve retornar ao lugar onde nascera para procurá-lo. Ciente dos riscos que está correndo, a garota vê no resgate do pai a resolução de provavelmente um dos poucos problemas que tem na vida, na relação com o pai que reconhecera o talento da filha na natação e fora rígido em treinar a garota naquilo que, talvez, ela nem quisesse tanto. Essa exploração da atitude dos pais em projetar seus sonhos nos filhos torna a trama dos jacarés um pano de fundo de suspense que só enriquece ainda mais o longa aparentemente simples.
Tendo que fugir de jacarés gigantes numa luta por sobrevivência dirigida com perfeição pelo francês Alexandre Aja, com enquadramentos precisos que valorizam os espaços restritos e se utilizando dos jump scares com perfeição invejável, é notável perceber como o longa explora o subsolo da casa, como numa citação ao inconsciente da personagem, e a medida que o traumas de infância são resolvidos o local da ação muda, situando pai e filha no olho do furacão e concluindo no teto da casa. Não deixa de ser uma referência ao clássico Os Pássaros, de Hitchcock, que se valia da revolta da natureza simbolizada pelos pássaros para explorar a psique das personagens, ou mesmo ao Tubarão de Spielberg, que Aja cita em alguns planos subjetivos dentro d'água. Predadores Assassinos é um filme que engaja o espectador dentro da trama e da mente de personagens interessantes e entrega um desfecho à altura do espetáculo.
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